PGE vai recorrer de liminar que suspende leilão da CEEE-D

Batalha jurídica contra a privatização se acirra a 15 dias da data prevista para venda por R$ 50 mil

Marta Sfredo

MARTA SFREDO

Apesar de a 2ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS) ter dado liminar que suspende o leilão marcado para o dia 31, a Procuradoria-Geral do Estado se preparou para contestar esta e outras ações.

Conforme o procurador-geral do Estado, Eduardo Cunha da Costa, as opções ainda estão sendo avaliadas, e incluem  embargo com efeito infringente ou medidas solicitadas ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) ou ao Supremo Tribunal Federal (STF).

– Não cabem agravos, mas é possível entrar com embargos a qualquer decisão – afirma Cunha da Costa. 

A ação popular movida por dirigentes da União Gaúcha em Defesa da Previdência Social e Pública envolve a transformação de parte da dívida de ICMS da CEEE-D em aumento de capital da empresa. O argumento é de que esse formato representa renúncia fiscal ao Estado, que já enfrenta problemas nas contas públicas. A PGE assegura que toda a operação foi baseada em pareceres técnicos, totalmente dentro da legalidade.

– A visão do Estado é ter um pagador de ICMS. A CEEE-D é vinculada ao Estado e enfrenta problemas sérios, está deficitária. O Estado acaba tendo de pagar isso, de uma forma ou de outra, então não há renuncia – pondera Cunha da Costa.

 A alegação do Piratini é de que a venda da CEEE-D significa a volta do recolhimento mensal de ICMS ao Tesouro do Estado. Até abril, quando se projeta a transferência do controle da empresa, caso o leilão seja bem sucedido, a dívida acumulada deve alcançar R$ 4 bilhões. Como já reconheceu o presidente da estatal, Marco Soligo, a CEEE-D está quebrada e sua sobrevivência depende de um comprador com capital para investir em sua recuperação. 

GZH

Coluna da Marta Sfredo

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