Próximo ao leilão de privatização da Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE-D), anunciado para o início de fevereiro, entidades sindicais, movimentos sociais, parlamentares e lideranças políticas buscam meios de barrar a venda da Estatal, que amarga uma dívida com o Estado de R$ 7 bilhões e tem preço mínimo de venda em R$ 50 mil. Com esse intuito, nesta quinta-feira (7), em reunião virtual, foi lançada a Frente em Defesa da CEEE e do Estado do RS, com o objetivo de definir estratégias de luta conjunta. A União Gaúcha, que realizou, em 2020, um estudo amplo sobre a CEEE, participou do encontro e integrou-se à Frente. O presidente da UG, Cláudio Martinewski e o secretário geral, Filipe Leiria, representaram a entidade.
No início do encontro, realizado pela plataforma Google Meet, a reunião foi invadida por hackers com objetivo de inviabilizar a atividade. Em poucos minutos, o encontro foi retomado em nova sala virtual. Na abertura, o deputado estadual Jeferson Fernandes (PT), um dos proponentes da Frente, enfatizou a importância de unificar a luta contra a venda da estatal, com iniciativas massivas de sensibilização da sociedade e atuação política nas esferas municipal e estadual.
Diversas estratégias foram traçadas pelas lideranças, que incluem campanha de comunicação conjunta e mobilizações sociais e política. O presidente Martinewski falou da série de entrevistas realizadas pela União Gaúcha que gerou a revista online, CEEE em Pauta. Ele disse que a entidade também se solidariza aos servidores da CEEE, em especial, com relação as questões previdenciárias, onde a concessionária rompeu com os aportes financeiros para o fundo previdenciário, a Fundação CEEE. Entre os muitos argumentos apresentados pelos participantes está a contrariedade com relação ao desmonte e a precarização da estatal.
Alternativas de judicialização para questionar as irregularidades na condução do processo e cobrança de posição do Ministério Público de Contas sobre o tema também estão entre as iniciativas já tomadas e outras que estão por vir nos próximos dias. A União Gaúcha já encabeçou medidas judiciais, em dezembro de 2020, entrando com uma Ação Popular, em nome de alguns componentes do seu colegiado, entre eles, o próprio Filipe Leiria e o diretor financeiro, Eduardo Leal.