A proposta do governo federal para a Reforma da Previdência destrói o sistema público que hoje é um sistema de repartição que garante uma solidariedade entre quem está na ativa com quem está inatividade. A Previdência do Brasil é um exemplo para o mundo. A avaliação foi feita ontem pelo deputado federal Elvino Bohn Gass (PT), que participou da audiência pública da Frente Gaúcha em Defesa da Previdência Social realizada na Câmara de Vereadores de Porto Alegre.
Segundo ele, o principal prejuízo é que o governo quer colocar a Previdência para o sistema de capitalização. “Quem tiver muito dinheiro no banco vai ter uma boa poupança. Quem tiver pouco vai se aposentar mal e quem não tiver dinheiro não vai se aposentar”, lamentou. O deputado afirmou que as experiências no mundo são trágicas e os governos estão revendo seus programas de capitalização. Bohn Gass afirmou que o governo federal vai forçar para que o projeto na Câmara dos Deputados e no Senado seja votado o mais rápido possível. “O problema é que o projeto é tão ruim que estão sendo criadas frentes em defesa da Previdência nos estados e nas Câmaras. Isso vai gerar um conhecimento da proposta que é ruim para a população brasileira”, ressaltou.
O diretor do Sindicato dos Trabalhadores da Judiciário Federal e do Ministério Público da União no RS (Sintrajufe) e representante do Fórum Gaúcho em Defesa da Previdência, Cristiano Moreira, disse que a proposta é mais perversa do que a do ex-presidente Temer. “O centro da reforma é o regime de capitalização. Esse modelo está sendo revisto por vários países devido ao empobrecimento da população”. Para ele, os efeitos da capitalização no Chile são que 79% dos aposentados recebem abaixo do salário mínimo.
Fonte: Correio do Povo
data: 16/03/2019