Maior parte dos brasileiros está alheia à reforma da previdência

O governo já anunciou que a reforma da Previdência Social é urgente e prioritária. A intenção é apresentar a proposta ao Congresso Nacional antes do final do ano. “Sem reforma, em poucos anos o governo não terá como pagar os aposentados. Nosso objetivo é garantir um sistema de aposentadorias pagas em dia, sem calotes, sem truques. Um sistema que proteja os idosos, sem punir os mais jovens”, disse Michel Temer, em seu primeiro pronunciamento como presidente da República.

Os detalhes da proposta ainda não foram divulgados, mas o governo já adiantou que pretende elevar a idade mínima para mulheres (62 anos) e homens (65 anos) e aumentar o tempo de contribuição, aplicando uma regra de transição para aqueles que ainda não adquiriram o direito à aposentadoria. Esperam-se medidas duras, que o governo justifica como necessárias para estancar o déficit da previdência, que deverá ultrapassar R$ 147 bilhões neste ano.

O fato é que as medidas, apesar de necessárias, trarão impactos à população. Mas, até que ponto os brasileiros conhecem a situação da previdência e entendem a necessidade de mudanças? A resposta foi obtida pela Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi) em pesquisa nacional realizada pela Ipsos. O levantamento ouviu 1,5 mil indivíduos com mais de 23 anos, de todas as classes sociais, em todo o país, no período de 21 de julho a 4 de agosto.

O resultado da pesquisa surpreende pela quantidade de pessoas que admitem saber pouco ou nada sobre o assunto: 86%. Entre os que sabem pouco, 54% disseram que ouviram falar sobre o assunto, 45% estão cientes de que há discussões em torno do aumento da idade da aposentadoria e 17% sabem que existe um debate sobre o aumento das contribuições. As classes AB (20%) e a região Sudeste (14%) são os que mais declararam conhecer o sistema.

Ouviu falar de alguma mudança nas regras e aposentadoria?
54% – sim
44% – não
2% – não sabem ou não responderam

Questionados sobre os impactos das possíveis mudanças nas regras da Previdência Social, 62% disseram acreditar que haverá maior dificuldade para o pedido de aposentadoria. Já para 57% o direito dos trabalhadores será reduzido. Os indivíduos que acreditam que as mudanças de regras podem facilitar o acesso ao benefício somam 23% da amostra.

No cruzamento de resultados, a pesquisa apurou que entre os que não ouviram falar nada sobre a reforma da Previdência é maior o índice daqueles que acham que ficará mais difícil se aposentar. Ou seja, quanto menos informação sobre o tema, maior o pessimismo.

Sobre as possíveis mudanças nas regras da Previdência Social
– Em relação ao pedido de aposentadoria
Dificultar muito – 43%
Dificultar um pouco – 19%
Não irão alterar – 5%
Facilitar um pouco – 11%
Facilitar muito – 12%
Não sabem ou não responderam – 11%

– Em relação aos direitos dos trabalhadores
Diminuir muito – 37%
Diminuir um pouco – 20%
Não irão alterar – 8%
Aumentar um pouco – 10%
Aumentar muito – 14%
Não sabem ou não responderam – 11%

Divergências
A falta de compreensão sobre o funcionamento da previdência ficou evidente nas respostas divergentes em relação à idade para se aposentar e o tempo de contribuição antes da aposentadoria. De acordo com a pesquisa, 57% consideram que o tempo de contribuição para os homens deveria ser inferior a 30 anos. Já sobre o tempo de contribuição das mulheres, 69% da amostra considera que o tempo de contribuição deveria ser igual ou inferior a 30 anos.

Para 42%, os homens deveriam se aposentar aos 60 anos. Outros 28% indicaram idades inferiores a 60 anos. Em relação à aposentadoria das mulheres, 58% disseram que deveriam se aposentar com menos de 55 anos. A idade ideal de aposentadoria para mulheres, segundo 22%, é 60 anos.

Embora, 66% dos entrevistados rejeitem a ideia de pagar aposentadorias menores para quem se aposentar mais cedo, a maioria (69%) também defende regras iguais de aposentadoria para todos os indivíduos. Sobre o modelo de reajuste das aposentadorias, os brasileiros estão divididos: 49% da amostra defendem o reajuste pela inflação e desvinculação do salário mínimo e 42% rejeitam a desvinculação.

Convergências
Por outro lado, o estudo mostra que a percepção dos brasileiros em relação a alguns pontos da reforma da previdência está em linha com a intenção do governo. Para 64%, caso seja estabelecida uma idade mínima para a aposentadoria, deverá ser igual para homens e mulheres. Considerando que os brasileiros estão vivendo mais, 66% concordam que o governo deveria fixar uma idade mínima para a aposentadoria dos indivíduos.

O alcance das novas regras não obteve o consenso dos entrevistados. Para 28%, a mudança de regras deve atingir apenas quem ainda não contribui para a Previdência Social. Para 24% as novas regras devem atingir a todos que já contribuem, mas não se aposentaram ainda. Outros 16% julgam que as novas regras deveriam enquadrar os trabalhadores que ainda precisarão contribuir por 15 anos ou mais.

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