Nesta quarta-feira (14/12), o presidente da União Gaúcha, Gilberto Schäfer (Ajuris), participou do almoço no Tá na Mesa, da Federasul, que debateu o pacote do governo Sartori. O evento contou com a participação dos parlamentares das seis maiores bancadas do Legislativo estadual: Tarcísio Zimmermann, do PT; Gilberto Capoani, do PMDB; Frederico Antunes, PP; Eduardo Loureiro, PDT; Ronaldo Santini, PTB e Zilá Breitenbach, do PSDB.Outros dirigentes que compõem a UG também participaram do evento, como presidente da Adpergs, Felipe Facin Lavarda e o presidente da AMP/RS, Sérgio Harris.
Os parlamentares foram convidados para mostrarem seus posicionamentos na votação que está prevista para a próxima semana na ALRS. Em sua palestra, Santini esclareceu que este momento de tomada de decisão é o mais importante em sua trajetória no Parlamento. Ele revelou ainda, que possui consciência de que esta ação envolve questões delicadas da sociedade: “são medidas complexas que afetam a estrutura do Estado, reduzem a máquina pública, demitem pessoas (…) Este tipo de decisão demanda um estudo aprofundado, sei que não é simples”, afirmou o parlamentar. O petebista fez questão de enfatizar que seu partido não faz oposição por oposição e lembrou que o “ PTB quer ajudar a construir um Estado que atenda as demandas da população”. Ronaldo Santini criticou o fato de que o tempo de análise dessas medidas está muito curto.
A precariedade dos serviços públicos e o desajuste nas finanças estaduais conduzem a uma reflexão, ponderou o deputado Eduardo Loureiro, do PDT. “Concordo com o Santini no ponto que deve-se manter um equilíbrio para pensarmos nas pessoas prejudicadas”. O líder do PP, deputado Frederico Antunes definiu o pacote como uma correção mas com outras propostas que deverão ser acrescentadas em breve.
O líder do PT, Tarcísio Zimmermann, mostrou que houve uma redução de servidores (de 173 mil para 155 mil) e que o orçamento passou de R$ 19,5 bilhões para R$ 63,4 bilhões. Ele disse que não se pode pensar apenas em destruição: “É muito fácil sair destruindo e extinguindo as coisas, a questão é que se deve pensar em reconstrução”, revelou Zimmermann.
O líder do PMDB, Gilberto Capoani, disse que é necessário respeitar o desejo dos eleitores que querem um Rio Grande do Sul prestador de serviços. O parlamentar expôs que estas medidas é para transformar o Estado.
Para Schäfer, que aproveitou para dialogar com os deputados, a atividade foi mais uma oportunidade para ouvir a posição dos parlamentares e reforçar a contrariedade da União Gaúcha em relação aos projetos: “Nas manifestações feitas durante a palestra, os deputados da base parlamentar e das entidades empresariais citaram que o governador está sendo corajoso ao propor o pacote. Isso é uma falácia. Para resolver a crise financeira precisamos de incentivo ao crescimento econômico do Estado, e não é isso que está sendo feito pelo Governo”, comentou.
As manifestações das bancadas foram divididas da seguinte forma: PMDB, PP e PSDB à favor dos projetos; PDT e PTB analisando as proposições, mas afirmando manter as bandeiras de luta históricas dos partidos; e PT contra as medidas. Durante o evento, o deputado Santini cobrou que a cota de sacrifício precisa vir de todos, inclusive dos empresários e do Executivo, citando a necessidade de um olhar sobre as isenções fiscais e os gastos do Governo do Estado com propaganda: “Em um momento de crise e contenção de gastos a verba publicitária foi o dobro do valor dos últimos anos”, criticou o petebista.
O deputado Tarcísio Zimmermann também rebateu os argumentos de que o governador está sendo corajoso ao fazer as proposições: “Coragem não é demitir servidores públicos. Coragem é enfrentar as sonegações fiscais, a má distribuição do pacto federativo e a guerra fiscal”, afirmou, citando outros exemplos de medidas que deveriam ser adotadas.
Com Ajuris e ALRS