União Gaúcha critica suspensão dos atendimentos aos segurados do IPE Saúde

Decisão impactará mais de 25 mil pacientes com procedimentos eletivos já agendados

Na tarde desta segunda-feira, 29, em uma coletiva de imprensa na sede da Federação RS, as entidades que representam os hospitais, como as Santas Casas e Hospitais sem fins lucrativos e a Federação dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Rio Grande do Sul (Fehosul), anunciaram a suspensão dos atendimentos eletivos dos segurados do IPE Saúde a partir do dia 6 de maio. A coletiva também contou com entidades representativas dos médicos. Ao todo, 18 hospitais deixarão de atender consultas e cirurgias sem gravidade, ou seja, sem urgência ou emergência. A decisão afeta mais de 25 mil pacientes que já possuíam procedimentos agendados.

O grupo entregou ao IPE Saúde a lista de pacientes que serão comunicados sobre o cancelamento de seus procedimentos. De acordo com o diretor-geral da Santa Casa, Júlio Dornelles de Matos, continuar atendendo dentro dos novos valores do IPE Saúde representaria um prejuízo de R$ 154 milhões ao ano para os hospitais. Quando questionado sobre os valores cobrados na tabela de medicação ao IPE Saúde, onde se constata valores de medicamentos com mais de 7.000% do que é cobrado no mercado, o diretor respondeu: “As tabelas próprias do IPE tinham margens desproporcionais em alguns itens, mas, na média, representavam 38,8%, o que equilibrava os contratos que tínhamos especialmente pelas defasagens em diárias e taxas. Conforme ele, “uma diária de R$ 368,00 para um quarto privativo custava para os hospitais R$ 940,00, o que era insustentável”.

O diretor de Comunicação da União Gaúcha, Filipe Leiria, disse que, mais uma vez, os penalizados pela falta de diálogo são os usuários do IPE Saúde. A UG propôs, no início da crise com os hospitais, que se sentassem à mesa os representantes dos usuários, governo e hospitais. “Não pode haver desatendimento enquanto não se acha uma solução”, comentou.  Conforme o diretor, o problema é complexo e todos precisam ceder um pouco, pois atualmente somente os servidores/usuários é quem estão cedendo. A UG irá se reunir de forma extraordinária para definir estratégias de atuação a fim de promover uma solução para esse impasse.

Hospitais de referência que suspenderão atendimentos a partir de maio

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  • Hospital Divina Providência (Porto Alegre)
  • Hospital Ernesto Dornelles (Porto Alegre)
  • Hospital Mãe de Deus (Porto Alegre)
  • Hospital São Lucas (Porto Alegre)
  • Santa Casa de Porto Alegre
  • Hospital Tacchini (Bento Gonçalves)
  • Hospital de Caridade de Cachoeira do Sul
  • Hospital Santa Lúcia (Cruz Alta)
  • Hospital de Caridade de Erechim
  • Hospital Dom João Becker (Gravataí)
  • Hospital de Clínicas de Ijuí
  • Hospital Bruno Born (Lajeado)
  • Hospital de Clínicas de Passo Fundo
  • Hospital São Vicente de Paulo (Passo Fundo)
  • Complexo Hospitalar Astrogildo de Azevedo (Santa Maria)
  • Hospital Vida e Saúde (Santa Rosa)
  • Hospital Ivan Goulart (São Borja)
  • Hospital Sapiranga

Assessoria de Imprensa da UG

Fotos: Gilvânia Banker

Veja declaração do diretor Filipe Leiria

Filipe Leiria
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